Operação Anáfora

PF caça quadrilha envolvida em esquema milionário em Niterói

São 27 mandados de busca e apreensão sendo executados

A operação apura o favorecimento na contratação de cooperativa de trabalho pelo município de Duque de Caxias
A operação apura o favorecimento na contratação de cooperativa de trabalho pelo município de Duque de Caxias |  Foto: Arquivo
 

Uma organização criminosa envolvida em um esquema que desviou mais de R$ 563,5 milhões é alvo da Polícia Federal (PF) em diversos municípios do estado do Rio, na manhã desta quinta-feira (1º). Entre os quais Niterói, Maricá, Duque de Caxias, Angra dos Reis, Mesquita, Nova Iguaçu e na capital. 

Na ação desta quinta-feira (1º), cerca de 130 policiais federais e servidores da Controladoria-Geral da União (CGU) cumprem 27 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

A investigação, iniciada em janeiro deste ano, aponta que a cooperativa em questão pertence à "estruturada e complexa organização criminosa que vem operando no Estado do Rio de Janeiro".

De acordo com a PF, todos atuavam em um contexto de corrupção sistêmica, por meio de desvio de recursos públicos, em especial na área da saúde, há décadas.

A “Operação Anáfora” apura o favorecimento na contratação de cooperativa de trabalho pelo município de Duque de Caxias, por valores que, somados o contrato e seus aditivos ultrapassaram meio bilhão de reais, em pouco mais de dois anos. 

Os mandados de busca e apreensão são executados contra pessoas físicas e jurídicas que, dentro do contexto investigativo, ocupam diferentes funções na hierarquia criminosa, abarcando empresários, interpostas pessoas, operadores financeiros e prováveis líderes do esquema criminoso, disse a PF.

O nome da operação faz referência a uma figura de linguagem muito utilizada por escritores através da repetição de uma ou mais palavras no início de versos, orações ou períodos. 

Empregada na poesia e na música, a “Anáfora” aumenta a expressividade da mensagem, enfatizando o sentido de termos repetidos consecutivamente.    

Através de uma densa confusão patrimonial e administrativa existente entre as pessoas jurídicas pertencentes ao grupo, as práticas criminosas se repetiam, conforme a PF, de maneira recorrente, assim como uma “Anáfora”. 

Alvo

O ex-prefeito de Duque de Caxias e candidato a vice-governador na chapa de Cláudio Castro (PL), Washington Reis (MDB), foi um dos alvos da operação. 

Segundo a PF, o contrato com a empresa desviou mais de R$ 563,5 milhões em pouco mais de dois anos de trabalho.

Em comunicado à imprensa, Washington Reis confirmou a presença de agentes federais em sua residência. O vice de Cláudio Castro ainda afirmou que os policiais não encontraram nada relacionado ao caso investigado.

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